quarta-feira, 25 de março de 2015

FLY FISHING - PESCA COM MOSCA

A cada ano, mais e mais pescadores brasileiros descobrem o prazer de pescar nossos peixes esportivos com equipamento de fly, e assim descreverei algumas curiosidades sobre esta modalidade.
Apesar de bem antiga, a pesca com mosca pode ser considerada uma modalidade relativamente nova entre os pescadores esportivos brasileiros. Seu crescimento nos últimos 20 anos foi considerável e há razões de sobre para que aumente ainda mais o número de praticantes no país.

HISTÓRIA

As varas utilizadas na pesca com mosca, hoje em dia, podem ser consideradas ferramentas de precisão. No entanto, nos primórdios, com o intuito de proteger as frágeis linhas de fly (então feitas com crina de cavalo), tentou-se fazer varas flexíveis com os mais diferentes tipos de madeira. As primeiras varas foram produzidas por ingleses por volta do século 17, e chegavam aos 6 metros de comprimento. No final do século dezenove, os blanks passaram a ser confeccionados a partir de tiras de bambu coladas. O passo seguinte foram as tentativas feitas na década de 1940 usando metais como aço, cobre e berílio, infelizmente com pouca aceitação devido ao seu peso excessivo. Com a descoberta da fibra de vidro no fim da década, surgiram as primeiras varas feitas com esse material, reduzindo-se seu tamanho para próximo dos 7 pés. No início dos anos 70, a grafite ou fibra de carbono chegou ao mercado para revolucionar a modalidade. O boro também foi utilizado, mas devido à sua dureza e facilidade de quebra, perdeu lugar para o conhecido grafite. Na virada do milênio, foi a vez do titânio ser adicionado na confecção das varas, sendo seguido pelo quartzo, aumentando a resistência e a durabilidade dos blanks. Hoje, com o avanço da tecnologia, já são comercializadas varas com a "nanotecnologia", uma resina especial lançada pela empresa 3M que promete revolucionar o mercado, aumentando a resistência das varas em até 30%, com redução de peso estimada em 20%. 
Atualmente, temos no mercado os mais diferentes pesos, ações e comprimentos de varas para pesca com mosca, podendo variar dos 6 aos 10 pés (1,83 metros a 3,05 metros), chegando aos 16 pés (4,88 metros) neste último caso utilizado na modalidade de duas mãos (two-handed) e o lançamento conhecido como spey cast. A numeração utilizada no flyfishing varia de 0 a 15 podendo a "grosso modo" ser dividida entre as categorias leve, média e pesada, com o acréscimo das categorias "ultraleves" e "superpesadas" para os dois extremos da numeração. A numeração geralmente acompanha a numeração das linhas, e seu dimensionamento obedece a variáveis como espécie alvo, condições do vento, distância de arremesso e tamanho (volume) das iscas. A seguir vamos observar as nuances de cada categoria.

CATEGORIA ( #2 #3 e #4) 
Pode ser considerada como categoria leve, e utilizada para pescar lambaris, trutas de porte pequeno, tilápias e saicangas. Alguns utilizam até na pescaria de pequenos pampos na beira da praia e também robalinhos em águas rasas dos rios de água salobra.
Marcas de varas mais conhecidas para esta categoria: Sage, Redington, TFO, R.L. Winston, St. Croix, Thomas & Thomas, USA, Lamiglass, Orvis, Scott, G-Loomis entre outras. A variação dessas varas são de 6 à 9 pés.
As iscas mais utilizadas para esta modalidade são pequenas pupas, ninfas e delicadas moscas secas, cuja confecção utilizam anzóis com tamanhos que não ultrapassam a numeração 14.

CATEGORIA (#5 #6 e #7)
Pode ser considerada como categoria média, onde se encontram a maior quantidade de equipamentos vendida no mundo. As carretilhas, em conjunto com a linha e o backing, devem apresentar um balanceamento perfeito. São recomendadas ao pescador iniciante inclusive esta categoria, pois além de facilitarem no aprendizado, poderão ser utilizadas na maioria das pescarias no sudeste brasileiro. Tucunarés, black bass, traíra, robalo, matrinxã e outros peixes de porte médio estão entre os principais alvos, além da grande maioria dos peixes presentes em pesque pagues. Iscas como streamers e poppers atados em anzóis 1/0 são ideais quando o alvo são peixes predadores. Nos pesqueiros, rações artificiais de cortiça e EVA garantem muitas fisgadas. Nesta categoria os fabricantes de linhas oferecem outras opções além das linhas flutuantes (WF F) convencionais: 
Sinking Tip: linha flutuante cuja ponta (aproximadamente 10 metros) apresenta afundamento em diversas velocidades, dependendo da densidade da linha. Ex. 200 grains, 240 grains, 270 grains. (Quanto maior o número mais rápido afunda). (WF I) - A letra "i" quer dizer intermediária ou seja, afunda parcialmente.
Sinking (full sinking): a linha afunda por completo. (WF S) a letra "s" quer dizer que afunda por completo.

CATEGORIA (#8 #9 e #10)
Aqui se encontram as pescarias mais pesadas feitas com equipamentos de mosca, em busca de peixes como tucunarés da bacia amazônica, dourados em rio com grande volume de água e enchovas nos parcéis marinhos, entre outros. É necessário usar varas com numeração 8 ou acima para arremessar com maior conforto iscas como streamers e poppers atados em anzóis 2/0, 3/0 ou maiores, além de se exigir muito mais do conjunto para brigar com os grandes predadores. É muito comum, nestas numerações, o pescador manter carretéis sobressalentes com linhas de número superior à da vara, sejam elas flutuantes ou afundativas, o que facilita a tarefa de arremessar iscas mais pesadas e volumosas.

CATEGORIA (#11 #12 e #13)
Estes são equipamentos bastante utilizados na Flórida e nas ilhas do Caribe para pescar tarpons, xaréus e sernambiquaras. As iscas são normalmente pequenas, mas as brigas são violentas e demoradas, exigindo muito do equipamento. As varas mais pesadas existentes no fly fishing, 14 e 15, são usadas para pescarias extremamente específicas, como as de peixes de bico. As iscas, normalmente, streamers, têm o tamanho de pequenos bonitos usados como iscas vivas, ou seja, entre 30 a 40 centímetros.

ISCAS
Os poppers e streamers são as iscas mais utilizadas para pescar os principais peixes predadores brasileiros, como tucunarés, robalos, enchovas, dourados, matrinxãs e traíras, entre outros. Os streamers são sempre os coringas, pequenos ou grandes, essas imitações de peixinhos que formam a base de alimentação de nossos peixes predadores sempre funcionam. Com ação altamente provocativa, os poppers reproduzem pequenos peixes, batráquios e roedores caçando ou agonizando na superfície.

EQUIPAMENTOS MAIS UTILIZADOS PARA CAPTURAR ALGUNS PEIXES - (MONTAGEM)

TUCUNARÉ - SUDESTE
Varas: #6 a #8
Linhas: WF 6F, WF 7F, WF 8F, WF 6I, WF 7I e WF 8I. (Flutuante ou Intermediária).
Tamanho do Líder: de 1,5 metros a 2,8 metros. 
Composição do Líder: (1,5 metros = 60% de linha 0,48mm e 40% de linha 0,38mm).
Composição do Líder: (tamanho da vara = 60% de linha 0,50mm, 20% de linha 0,40mm e 20% de linha 0,30mm).
Tamanho do Anzol: de n° 2 até 1/0.
**Dica: se for pescar com poppers ou hair bugs, utilizar líder mais curto.

TUCUNARÉ - AMAZÔNIA (Balbina)
Varas: #6 a #8
Linhas: WF 6F, WF 7F, WF 8F, WF 6I, WF 7I e WF 8I. (Flutuante ou Intermediária).
Tamanho do Líder: de 1,5 metros a 2,8 metros. 
Composição do Líder: (1,5 metros = 60% de linha 0,48mm e 40% de linha 0,38mm).
Composição do Líder: (tamanho da vara = 60% de linha 0,50mm, 20% de linha 0,40mm e 20% de linha 0,30mm).
Tamanho do Anzol: de n° 2 até 1/0.
**Dica: se for pescar com poppers ou hair bugs, utilizar líder mais curto.

TUCUNARÉ -AMAZÔNIA
Varas: #9 ou #10
Linhas: WF 9F, WF 10F, WF 9I, WF 10I, WF 9S e WF 10S. (Flutuante, Intermediária e Afundativa).
Tamanho do Líder: de 1,5 metros a 2,8 metros. 
Composição do Líder: 60% de Fluocarbono 40 libras e 20% de Fluocarbono 30 libras.
Composição do Líder: 60% de Fluocarbono 50 libras e 40% de Fluocarbono de 40 libras.
Tamanho do Anzol: de n° 2/0 até 5/0
**Dica: Ate sempre com linha de fluocarbono, com resistência entre 40 e 60 libras. Há quem use espessuras maiores para garantir a "defesa" contra a abrasão em pauleiras ou pedras.

VARAS UTILIZADAS NA PESCA COM MOSCA

Vara de Fly #6 três partes - Ação Rápida

Varas de Fly #3 feitas de Bamboo - Ação Média

Suporte para Varas de Fly

Varas de Fly #3 #4 #5 #7 e #8

Varas de Fly feitas de fibra de carbono com nanotecnologia 3M

Capa protetora e tubo - Vara 4 partes




CARRETILHAS UTILIZADAS NA PESCA COM MOSCA

Carretilha #3 da marca Martin

Carretilha #9 e #10 - podendo ser utilizada para ambos os conjuntos - St. Croix

Carretel "Larger Arbor" mais grosso para armazenamento de mais baking e linha

Carretilha #6

Carretilha #8 com carretel aliviado e sistema de fricção com drag de 8 Kg





 LINHAS UTILIZADAS NA PESCA COM MOSCA

Linha WF 9F - Flutuante para conjuntos #9

LInha 444 da marca Cortland - WF 6I - Intermediária

Modelo de linha WF 8/9/10F com a ponta afundativa (200 grains)

Linha Sinking #8 - Afundativa

Loop e nó de "loop união" para unir líder a linha de fly - Muito utilizado na confecção do líder

ISCAS MAIS UTILIZADAS NA PESCA COM MOSCA

Insetos confeccionados em anzóis n° 14 - Mosca seca

Popper feito com cabeça de EVA

Streamer feito com material sintético e olhos 3D

Streamer feito com bucktail (Cerdas de animais utilizados para este fim) com olhos 3D

Ninfas, Pupas e rações de cortiça e EVA, iscas utilizadas em pesque pagues

Popper tradicional feita com cabeça de madeira balsa

Moscas secas "Parachut" e ninfas utilizadas na pesca de trutas

Streamers feitos com material sintético e brilho utilizados na pesca do robalo

Streamers feitos com brilhos utilizados na pesca em mangues e praias
 


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